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Em França, desde que se demonstrou que os estudantes têm cada vez mais dificuldade em ler, escrever e compreender a sua língua, está em curso uma reforma do ensino que retoma coisas tão ‘reacionárias’ como os ditados na sala de aula ou as leituras para férias (há escolas portuguesas onde, apesar do desleixo do Ministério da Educação, tenho testemunhado um esforço notável dos seus professores para incentivar a leitura e a boa escrita). Em vez de escolher um ideólogo para presidir a essa reforma, o governo francês escolheu um neurocientista, Stanislas Dehaene, de quem acabo de ler uma entrevista. Para Dehaene, a leitura é o instrumento mais satisfatório para reduzir o stresse, aumentar o amor ao conhecimento e à curiosidade – e melhorar o desempenho do cérebro. Estas qualidades não são menosprezáveis, se bem que pareçam evidências. Por isso, não se trata apenas de ‘ler’, mas – ao contrário dos otimistas que governam as coisas da educação, de ‘ler melhor’, de ‘ler bons livros’, de melhorar a ortografia, de voltar a considerar a boa expressão do Português uma coisa inestimável.
[Da coluna no CM]
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