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A cerimónia dos Óscares não teve piadas sobre Trump, o que foi um alívio de bom gosto e evitou que pensássemos nele por instantes. Gay Talese, um dos grandes nomes do “novo jornalismo” americano (com Gore Vidal e Norman Mailer constituíam um trio de respeito) resumiu bem a situação numa entrevista recente: “Trump, Trump, Trump todo o dia a merda do Trump. Agora, os jornalistas vêm da mesma classe que o pessoal do mundo financeiro ou político. Vão às mesmas universidades e os seus filhos aprendem a nadar na mesma piscina. Por isso os jornais e as televisões não prestaram atenção à gente que votou em Trump, porque não se misturam com eles.” De entre os candidatos aos Óscares, Três Cartazes à Beira da Estrada é talvez o filme destes anos, o da América silenciosa e magoada. Mas a Academia de Hollywood, compreendendo o cansaço acerca de Trump, não só evitou as piadas sobre o homem, como premiou A Forma da Água, um filme que fica a caminho de qualquer coisa sem ser coisa nenhuma, além de uma bela fotografia, um amor impossível, uma atriz serena e umas cenas de banda desenhada.
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