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Tonia Carrero. (1922-2018)

por FJV, em 05.03.18

Ontem à tarde uma militante do grupo feminista Femen fez ‘topless’ em protesto contra Silvio Berlusconi. Não há nada tão absurdo como mostrar os seios ao italiano, que agradece. Mostrar as maminhas é banal. Corajoso e com sentido era no tempo de Tonia Carrero (1922-2018), que há 40 anos defendeu o gesto na telenovela Água Viva (o seu papel era o de, recordam-se?, Stella Simpson). Tonia Carrero foi um rosto importante para as mulheres do Brasil – e de Portugal. Os seus papéis mostravam uma mulher corajosa, independente, brava nas suas interpretações, parte daquela geração de que fizeram parte Cacilda Becker, Leila Diniz ou Eva Wilma – poderosa, livre, descarada, fazendo o feminismo derivar de outros movimentos libertários (contra a censura, a ditadura e os capangas ideológicos) e não do moralismo atual. Vi-a apenas uma vez em palco, em A Visita da Velha Senhora, de Dürrenmatt (curiosamente, no Teatro Nelson Rodrigues, no Rio), genial; interpretou Shakespeare, Sartre, Goldoni, Ibsen, Tennessee Williams ou Pirandello. A vida das mulheres também foi mais livre com Tonia Carrero.

[Da coluna no CM]

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