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A Amazon passa por ser uma livraria online que nunca deu lucros como livraria — mas enquanto algoritmo. Jeff Bezzos, o fundador, construiu uma base de dados de consumidores (um algoritmo), não para vender livros, mas para lhes vender tudo, de roupa a perfumes, carros a computadores, biscoitos ou panelas de cozinha. Mas os livros foram o aferidor do status de cada cliente, o fornecedor de dados sobre o comprador. Ter essa base de dados e negociar com ela é o verdadeiro negócio – os livros não lhe dão lucro. Tudo o resto já conhecemos: as condições de trabalho escravo, a construção de algoritmos de consumo, o cruzamento de dados com outras tecnológicas, as negociatas de bolsa. Ontem, depois de ter sabido que ia sair um novo livro sobre as condições de trabalho escravo nas tecnológicas, com especial relevo para a Amazon, fui procurar informações sobre ele. Sai a 1 de março. Qual o site onde há mais informações? No da Amazon, claro – que ganhará dinheiro a vender um livro contra a Amazon, tal como o Facebook o ganha de cada vez que há aumento de tráfego e de publicidade ou com campanhas contra o capitalismo global e o Facebook. Tudo lógico.
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