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Ontem, de madrugada, arranquei a caminho do Norte. Durante uma, duas horas, fui bombardeado por quase todas as rádios, que previam uma espécie de catástrofe, ou seja, o congelamento coletivo acima do Tejo e a leste de Santarém, mais coisa, menos coisa. A viagem fez-se bem, não houve nevões nem vagas de frio; os termómetros, mesmo de madrugada, mantiveram-se numa zona confortável. À hora de almoço, depois de uma manhã de trabalho, observei várias reportagens televisivas pintalgadas de vermelho-escândalo: o país estaria, supostamente, transformado num icebergue. Não estava, para desespero de repórteres habituadas aos termómetros lisboetas, para quem o hemisfério devia encerrar de outubro a maio. Para elas e eles, a minha explicação sucinta e pedagógica: estamos a atravessar o inverno; no inverno há frio e é costume as pessoas agasalharem-se; a “natureza” (uma coisa que existe cá fora, e que não é apenas boazinha) resiste bem ao frio e precisa dele; chuva não quer dizer “mau tempo”; além de Lisboa, do Bairro Alto e do Chiado, há outras terras no mapa de Portugal – podem visitá-las.
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