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Rose McGowan na red carpet da Fórmula Um do cinema.
Peço desculpa por voltar ao tema, mas ele chama-nos. O facto de uma pintura de J.H. Waterhouse ter sido retirada de uma galeria de Manchester (porque era preciso “discutir a forma como a arte vê o corpo da mulher”) veio que nem de propósito acompanhar a decisão de a Fórmula 1 ter decidido acabar com a presença de jovens raparigas junto das boxes por se tratar de uma exploração do “corpo feminino”, ai de nós. Como vejo duas ou três corridas de F1 por ano, o assunto não me entristece nem alegra, limitando-me a observar como o “corpo feminino” continua a ser exposto nas boxes de Cannes, dos Globos de Ouro, dos Grammys e creio que dos Óscares e de outras presenças “da grande arte”, além das revistas de moda e páginas parvas do Instagram. O atual fascismo libidinal que persegue obras de Balthus, pode também vir a censurar quadros de Velázquez (Vénus ao Espelho) ou Goya (La Maja Desnuda) e a coisa promete seguir adiante. Enquanto isso não acontece, espero agora que eliminem atrizes decotadas das passadeiras vermelhas de Hollywood, onde são transformadas em puros objetos.
[Da coluna no CM]
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