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A noite de anteontem foi aziaga; levou dois grandes autores: Ursula Le Guin (nascida am 1929, na Califórnia) é um deles. A autora de A Mão Esquerda das Trevas, Lavínia, Despojados ou do absorvente Tão Longe de Sítio Nenhum desenhou nos seus livros – catalogados nas estantes da “ficção científica” – um universo tão assustador como promissor: sitiados pelo “capitalismo industrial”, perdemos muito da nossa natureza e muita da nossa capacidade de sonhar; mas há na nossa imaginação uma grande capacidade de sobreviver aos vários apocalipses que nos ameaçam. O outro nome que desaparece é Nicanor Parra (nascido em 1914 nas regiões montanhosas e vulcânicas do nordeste do Chile, tinha 103 anos – foi Prémio Cervantes), um magnífico poeta chileno, e também matemático, a quem se deve a libertação da poesia latino-americana das suas teias ideológicas. É muito redutora esta caracterização (sobretudo diante da glorificação do seu compatriota Neruda, que escrevia poemas a bajular Estaline), mas serve para designar a sua busca de liberdade, de simplicidade e de afirmação da poesia.
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