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Devem os políticos consagrar-se exclusivamente à política? Tenho dúvidas – não certezas. A principal das dúvidas decorre do facto de a política precisar, cada vez mais, de perguntas vindas de fora do sistema partidário e da sua rede de negócios, pressões, apoios e especialidades. Políticos consagrados aos corredores do parlamento e dos seus recantos e comissões (e, pior, da sua má gramática e dos seus lugares-comuns), que não conhecem a vida das empresas e sabem das pessoas aquilo que os “contactos políticos” permitem, podem ser uma vantagem para a manutenção da pequena oligarquia que conhece procedimentos e influências, mas que tem a tendência brutal para constituir uma casta de pessoas isoladas e incomunicáveis, com poder a mais para os conhecimentos e a experiência de que dispõe. Uma coisa é impedir que a política seja um trampolim para o mundo do mau dinheiro e do favorecimento de grupos e corporações; mas privilegiar os que há mais de uma década só têm um lado do cérebro a funcionar, e que sofrem de analfabetismo disfuncional, é um risco que vale a pena ser contrariado.
[Da coluna no CM]
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