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Estava a ler uma entrevista com Alain Delon (o ator fantástico de O Leopardo ou de Rocco e os Seus Irmãos, de Visconti) e lembrei-me de um dos mais pirosos duetos da história da “canção francesa”, o de Delon com Dalida, “Paroles” (os mais famosos são os de Gainsbourg com Jane Birkin ou com Catherine Deneuve – ‘Je t’Aime Moi Non Plus’, claro, e ‘Dieu Fume des Havanes’, uma preciosidade). Dalida faria hoje 85 anos e seria uma senhora – foi sempre. Tinha aquela bela severidade da sua terra natal, o Egito (foi Miss Egito em 1954), a leveza de uma mulher que atravessou todas as tragédias (bastantes), e a herança ruidosa de uma família italiana. Hoje ninguém se lembra de Dalida. É uma pena (morreu aos 54 anos, em 1987). Cantou em francês, italiano, espanhol, árabe, egípcio, grego, hebraico, levantino ou alemão. Canções como ‘Gigi l’Amoroso’, ‘Ballade à Temps Perdu’, ‘Le Temps des Fleurs’, ou duetos com Aznavour, Sacha Distel ou Enrico Macias, hoje fazem-nos sorrir com a sua inocência nervosa e sensual. No livro das minhas recordações o seu nome é uma marca cheia de perversidade.
[Da coluna no CM]
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