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Já se disse quase tudo sobre as questões de assédio sexual na “elite americana” e sobre os homens que praticaram esses abusos (de Weinstein a Clinton e Trump) e que devem ser castigados. O espectáculo dos Globos de Ouro também mostrou a imagem das novas bruxas de Salem, mas mais decotadas, vestindo de preto, que é sensual e conforme tanto à cerimónia como ao vigilante puritanismo americano que, geralmente, se conclui com pornografia. Acontece que a discussão sobre o assédio sexual em Hollywood só é produtiva se ultrapassar o nível a que está agora a ser reduzido (quem apalpou quem, quem bebeu demais, quem tentou seduzir quem, quanta coca consumiu); de contrário, será prejudicial à própria criminalização do assédio – porque se trata de gente poderosa, milionária, famosa, que muitas vezes aproveitou a circunstância (que não deixa de ser humilhante). Em breve será aproveitada pela própria máquina de Hollywood (que belos filmes!) e fabricará as suas vítimas debaixo do fogo da nova inquisição. Antes disso, os homens e as mulheres livres serão as primeiras vítimas desse puritanismo.
[Da coluna no CM]
Descobri agora este pequeno vídeo da minha velha faculdade; nessa altura não proibíamos conferências ainda que ocasionalmente fumássemos charros. Nas imagens (fumando, como sempre, enquanto falava de filosofia medieval), um dos meus mais queridos professores, João Morais Barbosa (1945-1991), uma das pessoas que mais me deixa saudades desses tempos — e a quem tanto devo.
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