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José António Saraiva escreveu, no Sol, um texto acerca de uma reportagem sobre cirurgias de mudança de sexo, no qual, entre outras coisas, largou a sua opinião – o que me parece ser permitido. A Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), no entanto, acha (erradamente, a meu ver) que o texto atenta contra a “dignidade das pessoas transexuais” e pode levar à “prática de atos de violência homofóbica e transfóbica”, razão porque pediu a intervenção do Ministério Público, solicitando também que a ERC, a Comissão da Carteira Profissional e o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas atuem “em conformidade”. Ora bem. Um pouco de bom senso: trata-se de um texto. Uma opinião de que discordo. O leitor, a leitora – concordam com ela? Não concordando com ela (não está em causa gostar ou não do autor do texto ou de, intimamente, quererem que ele seja obrigado a passear-se em trajes menores durante uma parada LGBT), estão disponíveis para a proibirem e punirem tanto o articulista como o jornal, por delito de opinião? É que o governo está. E isso é um péssimo sinal.
[Da coluna no CM]
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