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Shakespeare, Garrett, Lorca, Gil Vicente, Brecht, Tchekov – Guida Maria (1950-2918) representou-os no palco, entre muitos outros. Passou pelo cinema, pelo teatro, pela televisão, sempre com aquela beleza única e mítica entre os rapazes da minha geração (sobretudo os que viram A Promessa, de António de Macedo, ou O Vestido Cor de Fogo, de Lauro António). Era uma beleza ousada e desafiadora, cativante (que fascinou Truffaut), que atravessou muitas das grandes histórias do teatro e da vida de Lisboa. Pedro Correia, no blogue Delito de Opinião, escreveu o essencial: “Um toque de inesperado colorido a um país baço e chato e deprimido.” Uma espécie de “raio de luz que emergiu das sombras”, uma mulher combativa e enérgica cujo riso era um trovão e que parecia estar ligada aos grandes momentos do seu tempo, inclusive na política. A sua interpretação dos Monólogos da Vagina (em 2000) foi, a todos os títulos, sublime e marcante para a sua vida de atriz e de mulher. É assim que a recordo, em noites de conversa e de evocações – com um raio de melancolia e atrevimento. Obrigado, Guida.
[Da coluna no CM]
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