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Não, 2017 não foi um ano saboroso – pesam na balança várias tragédias que deixaram um rasto de morte, e várias comédias que não fazem rir. 2017 exagera nas contradições: foi o ano em que a economia abriu as portas (mantendo-se sob disfarce), permitindo desafogo, sobretudo na função pública. O ano em que fomos definitivamente cercados pelo ‘politicamente correto’ e pela sua procissão de censores; nada que não estivesse previsto há muito, como uma epidemia que atravessa a cultura contemporânea. O papa visitou Fátima – não há como não ficar comovido. O país, informado pela televisão, descobriu que desconhecia três quartos do país, que ia ardendo ou desaparecendo no meio do esquecimento. A ‘máquina da comunicação’ do Estado iludiu problemas, mascarou crises e pequenas patetices. A geringonça continua a geringonçar até levar o Bloco ao poder. A educação e a escola públicas resistem a serem um instrumento ideológico dos novos dogmas. O que ontem era severamente criticado na política – é hoje aceite (mudaram os donos do poder). Contradições. Um país que espera, que aproveita a aberta.
[Da coluna no CM]
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