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As palavras e as visitas do Presidente da República podem tornar-se demasiado “omnipresentes e permanentes” – e hão de parecer excessivas. Mas é preciso deixar-lhe um elogio quando se fala de Pedrógão Grande. Não fosse Marcelo, e a tragédia de Pedrógão seria diluída pela máquina de comunicação do Estado (mesmo assim, para alguns ‘aparatchiks’, os marcianos “da situação”, mencionar Pedrógão é “fazer oposição”) – mas o número de vítimas é poderoso. São nossas, portuguesas; nossos vizinhos; usavam a nossa língua; liam este jornal. Somam-se às de outubro, é certo, mas são um exemplo que só esqueceremos daqui a muitos anos. Neste Natal, Marcelo não permitiu que fossem esquecidas ou diluídas pela propaganda. E fez mais: pediu que visitássemos o interior, que déssemos vida às florestas e às vilas e aldeias do interior, esses três quartos de território onde vive um quarto da população. E chamou a atenção para a resposta de Pedrógão à tragédia de Pedrógão – como o Interior tem de responder, também, à sangria do Interior. Não sei como. Mas tem de ser uma das preocupações do novo ano.
[Da coluna no CM]
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