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Passam amanhã 80 anos sobre a estreia de Branca de Neve e os Sete Anões, a primeira longa-metragem animada dos estúdios Disney. Confesso: acho tudo insuportável, tanto o filme como a história original, dos irmãos Grimm (de 1812, supõe-se), inspirada em histórias orais alemãs. Prefiro uma versão albanesa em que a princesa vive rodeada de 40 dragões e não é envenenada por uma maçã mas pela picada de um anel. Mas sim, é um marco – e uma história infantil que satisfez milhões de crianças, inspirou a imaginação de psicanalistas e de romancistas (como Donald Barthelme, Angela Carter ou A.S. Byatt) e entrou na nossa cultura de forma afável e duradoura. Há cerca de um mês, no entanto, uma mãe inglesa pediu que o filme não fosse mostrado ao seu filho de seis anos (e iniciou uma petição pública para que a proibição se estendesse) porque o momento em que o príncipe desperta Branca de Neve com um beijo configura uma situação de “abuso sexual” – e ela não queria que o seu jovem rebento pensasse que as raparigas podem ser beijadas enquanto dormem. Portanto, já não sei o que vos diga.
[Da coluna no CM]
Ricas, ricas companhias.
O aparato da IURD faz dela um alvo tremendo – e justificado. As reportagens que têm sido publicadas pelos jornais e emitidas pelas televisões evidenciam a prática de crimes a ser rigorosamente investigados. De nada vale invocar o nome ou a condição de “igreja”; no Brasil, a IURD é um colosso mediático e financeiro cujo poder ultrapassa em muito o do poder político propriamente dito. Em 2004 comecei a acompanhar no Brasil a atividade da congregação depois de um bispo queimar imagens de santos cadastradas pelo instituto do Património Histórico e Artístico. Em 2005, colocou-se a hipótese académica de, caso Lula se demitisse, a presidência ir parar às mãos da IURD depois de o vice-presidente Alencar se ter filiado no PMR, um partido dessa igreja. Aliás, foi a aliança de Lula com a IRUD (23 televisões, 50 estações de rádio da Rede Aleluia, etc.) que lhe permitiu apoio para o seu segundo mandato – aparecendo de mãos dadas com Edir Macedo, o tal. Portanto, não invoquem o nome de Deus nesta história – mas de negócios, política, dinheiro (rios dele) e, claro, suspeita de crime.
Frederico Lourenço, no seu Facebook, faz um resumo da nova religião assinalada no Natal.
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