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Se há coisa de que não entendo praticamente nada é a da indústria automóvel; mas, menos ainda, a dos apaixonados pelos carros da chamada “condução autónoma”, ou seja, sem intervenção humana. Um recente estudo de mercado dá-me razão: parece que 70% dos europeus querem continuar a guiar os seus carros, mesmo que o sistema de controle dos carros sem condutor seja fiável. Compreendo: nós conduzimos um carro, entre outras razões, porque temos prazer nisso, porque podemos decidir o nosso próprio grau de autonomia – e porque não gostamos de abdicar dela. É ridículo meter três pessoas num carro entre Lisboa e o Porto, circulando pela auto-estrada a 120 km/h, quando se pode viajar mais rápida e comodamente num comboio ou num avião. Imagino o que fazem essas três pessoas lá dentro, sem ninguém a conduzir; falam do carro que ninguém está a conduzir. “Olha como ele acelera”, ou “será que ele vai ultrapassar?” – assim seriam as conversas, ainda mais ridículas a meio de um congestionamento. Se alguém não gosta mesmo de conduzir um carro, então que não empate. Não faça é figura de totó.
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