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Na cama, Bret Easton Ellis lê I Hate the Internet.
É um livro delicioso, I Hate the Internet (Odeio a Inernet, sai em Portugal em janeiro) de Jarett Kobek, um turco-americano que descreve as desventuras de uma vintena de personagens da costa leste os EUA, cujas vidas se transformam num inferno graças ao Facebook, ao Twitter e ao Instagram. Basicamente, é um romance sobre economia política, feminismo e internet. Há uma passagem em que Kobek explica que os grandes patrões da internet adoram as indignações generalizadas de natureza política e social – elas alimentam e acrescentam o tráfego, captando mais anunciantes para a Google, o Facebook ou o Twitter. Quanto mais protestos se leem, quanto mais guerra anticapitalista melhor para os acionistas, que enchem os bolsos com cada página da net. Veja-se o caso do grande patrão da Penguin Random House inglesa, Tom Weldon, que exortou a indústria da edição a responder ao “imperativo comercial urgente” de “fazer refletir em romances as experiências da classe trabalhadora”. É maravilhoso ver os tubarões da indústria a querer vender obras sobre a classe trabalhadora a fim de aumentar os lucros dos acionistas.
[Da coluna no CM]
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