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Bergen, a cidade mais chuvosa da Noruega.
Há dois dias, logo na primeira página do El Pais esta vibrante declaração de Marcelo Rebelo de Sousa: “Somos os nórdicos do século XXI.” As palavras do PR acompanhavam uma peça sobre os êxitos internacionais da diplomacia silenciosa portuguesa – da eleição de Guterres à escolha de Centeno. Sermos os nórdicos do século XXI é coisa que me seduz: gente discreta, criadora de riqueza, liberal nos costumes, liberal na economia mas protegendo os cidadãos e os seus direitos sociais, respeitadora das leis, rigorosa, poupadinha (bom, ligeiramente sovina), com um amor severo pela natureza e pela paisagem, capaz de mobilizar recursos tendo em vista o “interesse nacional” – tudo isso me agrada. Mas o PR insistia, afinal, na capacidade de mediar conflitos, de estabelecer pontes entre opiniões diferentes, com flexibilidade e tolerância, o que já não é mau. Ainda no El Pais, mas no dia anterior, menção ao facto de os agricultores portugueses serem os mais velhos da Europa; um dia depois, um retrato da deprimida freguesia de Rabo de Peixe, nos Açores: “No hay recursos, pero, bueno, hay wifi.”
[Da coluna no CM]
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