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Um dos seus livros menos conhecidos é A Batalha dos Livros, a antecipação, entre “antigos” e “modernos”, do que viria a ser a guerra de inteletuais de esquerda e direita – e o mais conhecido é As Viagens de Gulliver, uma sátira (como quase tudo o que escreveu), quer das realidades políticas da época (o início do século XVIII), quer da literatura de viagens – e que nos envia a Liliput, uma ilha perdida no Índico, habitada por seres minúsculos, ou a Laputa, e outras paragens exóticas, habitadas por gente absurda ou de costumes amotinados contra o bom senso. O irlandês Jonathan Swift (Dublin, 1667-1745), homem da igreja e da universidade, também desconfiava do bom senso e preferia a sátira: leiam a Modesta Proposta que leva o subtítulo Para impedir que os filhos das pessoas pobres da Irlanda sejam um fardo para os seus progenitores ou para o país, e para torná-los úteis ao interesse público, em que Swift recomenda que, fustigados pela fome, os cidadãos se entreguem ao canibalismo (cozinhando as crianças pobres). Swift nasceu há 350 anos: ensinou a Europa a rir e a pensar.
[Da coluna no CM]
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