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Fernando Relvas (1954-2017).

por FJV, em 22.11.17

Lembro-me de Fernando Relvas (1954-2017) nos corredores do Se7e, um jornal onde quase tudo era possível – e, portanto, lembro-me do seu grande sentido de humor, da sua desorganização, da sua capacidade de improviso, da sua tristeza e dos seus desenhos (os de Nunca Beijes a Sombra do Teu Destino, O Atraente Estranho, ou Soviet Sex). Estávamos em plenos anos oitenta, o que significa que também quase tudo era possível. Hoje, passados trinta e tal anos (nessa altura Relvas andava pelos 30), a sua ‘banda desenhada’ continua tão atual, atraente e decisiva como nos tempos da Tintim ou de O Estripador; as suas histórias de espionagem e de mulheres noctívagas, de bairros destruídos pelo desleixo, bem como de homens que gostavam de matar e de morrer, inspiram uma grande nostalgia dessa travessia que construiu a sua biografia como um dos mais importantes autores portugueses de BD. Eu gostava especialmente do seu traço, das suas sombras, da melancolia suburbana que ele nunca conseguia disfarçar em nenhum dos seus herois. Morreu ontem perto dos seus cenários. À queima-roupa.

 

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