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Um dos meus restaurantes preferidos em Portugal é o Solar Bragançano. Fica defronte do Largo da Sé, mesmo no centro da cidade num edifício do século XVIII que depois sofreu reformas nos dois séculos posteriores – e que mantém a estrutura de antiga casa familiar, loiças e mobílias antigas, dividido por salas (uma delas é um bar repleto de livros que as “autoridades” mandaram retirar, numa atitude selvagem), com escadas de granito e um jardim maravilhoso, discreto, com árvores frondosas. É possível ir a Bragança sem uma visita ao Solar – mas não é a mesma coisa. Pois um visitante do restaurante escreveu um comentário no Trip Advisor sentenciando tratar-se de “instalações muito clássicas a precisar de uns toques de modernidade”. O grande Desidério, proprietário da casa, respondeu-lhe no mesmo lugar, com serenidade de sábio: “Toques de modernidade? Vá até ao Louvre e pinte uns bigodes à Gioconda.” Num mundo que se moderniza a pontapé, que se “gourmetiza” e que quer parecer “jovem” e “ousado” custe o que custar, o meu amigo Desidério foi absolutamente letal. Aprendam. Viva o Solar!
[Da coluna no CM]
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