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Há muitos anos que alimento um sonho a propósito das eleições autárquicas: que as pessoas votem num candidato que se recuse a fazer promessas. Ou, então, em quem prometa não fazer grande coisa; nada de betão, “acessibilidades” desnecessárias, rotundas, requalificações, auditórios, alterações de arruamentos e do sentido do trânsito, centros interpretativos e parques de incubadoras empresariais construídos de raiz. Eu votaria em quem prometesse recolher o lixo, manter as rua, as escolas e as paredes dos bairros em boas condições, bem como os arvoredos, os jardins, as paragens de autocarros e o apoio social aos velhos – e se recusasse a fazer obras de vulto e a produzir lixo. Ao fim de um ano, a autarquia confirmaria, orgulhosa, que não tinha “feito nada”; que a água da rede pública era excelente, que a escola de música estava num edifício recuperado e que a biblioteca funciona num casarão antes abandonado; que os velhos (sim, os idosos) do concelho passaram a ter transportes todo o dia e apoio médico domiciliário. O resto são tretas de mau gosto que só nos têm custado dinheiro.
[Da coluna do CM]
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