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A Comissão Nacional de Eleições zela por nós com um desvelo de jardim-escola, definindo o que devemos e não devemos fazer no dia das eleições. Nada de futebol nesse dia; nem sexo, nem carnes vermelhas, nem saltar ao eixo – só eleições. Qualquer outra atividade pode “potenciar a abstenção”. Como somos gente que se distrai por tudo e por nada, o governo prepara-se para “proibir espetáculos desportivos em dia de eleições” – o que se aceita desde que, no resto do ano, se proíbam políticos de se ameijoar na tribuna dos estádios a dar abracinhos aos dirigentes do futebol. Peço humildemente ao governo que na sua lei não se esqueça de mandar encerrar os cinemas e os teatros, bem como livrarias, cervejarias de bairro, restaurantes tailandeses e bares de strip-tease. Em caso de eleições durante o estio, vede-se o acesso às praias ou expulsem-se os banhistas a partir do meio-dia; durante a invernia, as autoridades podem perfeitamente proibir a chuva e os passeios à Serra da Estrela (para onde, já agora, serão desterrados os que faltarem a sessões no parlamento para ir ver jogos de futebol).
[Da coluna do CM]
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