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Há um fenómeno curioso na direita portuguesa – a sua cruel indigência inteletual. Vemos na televisão alguns dos “grandes comentadores” terçarem armas pela sua donzela e respetivos territórios: “a economia”, o défice, as exportações, as empresas, as operações financeiras, ocasionalmente a política. Matérias que nos interessam (há vinte anos que os telejornais são um prodigioso instrumento de manipulação através dos números). Negócios em primeiro lugar – e “colaboração” com o Estado, uma espécie de elefante da Índia que se maneja a espaços, e que é preciso defender com solenidade e sem asma, de tal maneira que conhecem bem a expressão “dormir com o inimigo”. Mas, tirando isso, os “senadores” ajeitam o nó da gravata e acham que tudo o resto são tropelias das quais estão defendidos e um terreno ao qual não querem “descer”. Acontece que “o mundo dos negócios” (leiam Balzac) dorme com quem lhe ajeita os lençóis e lhe promete tropelias. A liberdade, por exemplo, não é um assunto popular entre nós. A maior parte dos “senadores da democracia” atravessou o último século sem uma ideia na testa.
[Da coluna do CM]
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