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Christian Millau (1928-2017), absolutamente perto do divino.

por FJV, em 05.08.17

Insolente, impertinente, desrespeitador – é o que significa impoli em francês. É esse o título do diário de Christian Millau (1928-2017), Journal impoli, publicado em 2011 e que, em subtítulo, leva os anos a que diz respeito: 2011-1928, assim, invertendo a ordem do tempo. São 700 páginas que afrontam a cultura francesa mais oficial, a dos mandarins e das universidades, falando de Céline e de Hemingway, de Churchill e de Orson Welles, do grande Blondin ou de Mauriac e Cendrars, vultos que hoje estão na galeria dos esquecidos. Como o próprio Millau, um autor desconhecido em Portugal – e aqueles que o conhecem associam-no a Henri Gault, com quem se associou para lançar em 1972 o mais famoso dos guias gastronómicos, o GaultMillau, a quem se deve a consagração da nouvelle cuisine. Jornalista de política e romancista, no pós-guerra lutou contra o moralismo literário, essa literatura de tias velhas que destruiu a cultura francesa. O seu humor era corrosivo. O seu gosto era absolutamente divino – sem ele, a literatura gastronómica seria banal. Morreu anteontem.

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