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Sam Shepard, a morte que não estava prevista.

por FJV, em 31.07.17

Era um dos meus atores preferidos – por causa de Os Eleitos (1983), sim, o filme de Philip Kaufman (a partir de um livro de Tom Wolfe)E não por causa de Chuck Yeager, o personagem, mas do próprio Sam Shepard (1943-2017), o ideal naquele papel sedutor. O cabelo, o olhar, a roupa, os aviões, a dolência, as cervejas, a insistência em sonhar (e o casamento com Jessica Lange ou o namoro com Patti Smith) – tudo o indicava para ser o modelo de um aventureiro tranquilo, aquilo que nós queríamos ser na minha geração. Mas Shepard era também um guionista de eleição, literário, melancólico (como acontece com ‘Zabriskie Point’, de Antonioni), desesperado (como é o caso de ‘Paris Texas’, de Wim Wenders) ou ainda sobre tudo o que falha na vida (escreve a peça de teatro e, depois, o guião de Fool for Love, de Robert Altman). Pulitzer de teatro, Shepard é também o autor de dois belos livros de histórias, Crónicas Americanas (Motel Chronicles) e Atravessando o Paraíso, ambos dos anos 80 – o tempo de que foi um ícone de beleza e perdição. A sua morte, anteontem, não estava prevista.

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Jeanne Moreau, a beleza pérfida.

por FJV, em 31.07.17

Se se lembrarem de ‘Viva Maria’ (1965), de Louis Malle, hão-de recordar-se de Jeanne Moreau ao lado da sex symbol da época, a Bardot. Ao contrário desta, que respirava uma energia visível, um perfume juvenil e corporal, Moreau pairava mais atrás, como uma beleza sem descrição, tão subtil como em A Noite, de Antonioni (1961), com Mastroianni e Monica Vitti (o seu contraste), tão perversa como no filme-escândalo da temporada, Les Amants (1958), de Louis Malle (onde interpreta o papel de uma mulher casada que trai o marido e o amante) ou tão inesperada que só podia ser retocada por mão de mestre em Jules e Jim (um triângulo amoroso) pela sensibilidade de Truffaut (de 1962), que havia de amadurecê-la em A Noiva Estava de Luto (1968), depois de passar pelas mãos de Luis Buñuel no cru Diário de uma Criada de Quarto (1964). A sua beleza era pérfida (veja-se Ligações Perigosas, de Roger Vadim, 1959), difícil e de um erotismo malvado (Orson Welles coloca-a em Macau em Uma História Imortal, adaptação do texto de Karen Blixen) – não era para meninos, se me faço entender.

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