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Em 1871, a fim de resolver “o problema das colónias”, Eça de Queiroz recomendava que as vendêssemos (ao metro quadrado, que era mais lucrativo). A ideia não vingou e “o problema das colónias” estendeu-se por mais cem anos. A fim de informar os portugueses sobre “o problema dos incêndios”, o governo mandou que toda a comunicação se concentrasse em Carnaxide, de onde a Proteção Civil poderá falar sobre paragens que os portugueses também não conhecem (e não é por isso que a informação prestada é melhor; pelo contrário, está cheia de manipulação). Vamos lá: trata-se de dois terços do território onde vive menos de um quarto da população. O vice-presidente da Câmara de Mação, António Louro, pôs o dedo na ferida: não só há um falhanço completo no combate aos incêndios, como há uma falência da nossa paisagem rural bem como um avanço da desertificação rural e do abandono do território. Coisas que estão ligadas. Uma das formas de resolver a situação (“o problema do interior”) é vendê-lo ao metro quadrado, ficando parte dos lucros destinado a promover o festival da Eurovisão em Lisboa.
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