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Não vale a pena – por ser tão óbvia – discutir a duplicidade de critérios usada pelo Bloco de Esquerda para as questões “da cultura” há três anos e hoje. Mas há uma questão levantada ontem por Catarina Martins que merece reflexão (e na qual, como de costume, a líder do partido mistura tudo): a necessidade de investir mais dinheiro no património cultural edificado. Um estudo realizado pelas estruturas do turismo do Porto e Norte, já em 2012, mostrava que cerca de 60% dos turistas estrangeiros apontavam o património como a razão principal da sua visita. Ora, uma percentagem considerável do orçamento da cultura é aplicada no restauro e proteção do património – mas não basta, nem é justo que seja apenas esse orçamento diminuto a suportar as despesas. É necessário que o sector do turismo pague a sua fatura – e é, enfim, uma das razões válidas para a existência de uma “taxa turística” (que a hotelaria se apressa a criticar hipocritamente) a aplicar na proteção do património. Até agora tem sido apenas a cultura a suportá-lo. Mas a indústria tem de perceber que o seu sucesso tem um preço.
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