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Se tudo tivesse corrido bem, Philip Seymour Hoffman (1967-2014) festejaria os seus 50 anos este domingo. Uma ninharia. Mas não sobreviveu nem às drogas nem à depressão. Tirando isso, que é triste e não tem o glamour da vida do rock’n roll, Hoffman foi um dos grandes atores que dava gosto ver: transformava qualquer papel secundário (O Grande Lebowski, Os Idos de Março, O Mentor, Magnolia) num papel definitivo, de que nunca nos esquecíamos – e fazia de cada papel principal (Capote, Doubt, O Homem mais Procurado) uma obra de arte que prometia sempre um degrau seguinte. Transfigurava-se em qualquer dos papeis, o que era fácil porque Hoffman encarnava todos eles – pairava sobre as histórias, controlando-as sem as falsificar; dominava o ecrã, porque sofria com cada personagem. Em Capote é maravilhoso; em O Homem mais Procurado (que adaptava um livro de Le Carré), ao lado de Rachel McAdams, Dafoe ou Robin Wright, transformou o thriller numa arte sumptuosa; em O Mentor, vulgarizou Joaquin Phoenix e embelezou Amy Adams. Quanto à sua morte, nunca lha perdoaremos.
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