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Jane Austen (1775-1817) morreu há 200 anos. Há por aí uma parafernália de tolos modernos e pós-modernos que não leram Austen por preconceito e a declaram uma autora “conservadora”, queimando-a das fogueiras do seu fervor inquisitorial. Acontece que, na literatura europeia, Jane Austen está ao lado de Shakespeare, de Dickens ou talvez de Dostoievski, Flaubert e Nabokov como criadora de personagens que nos inventaram e tornaram possível a nossa época: Orgulho e Preconceito, bem como Sensibilidade e Bom Senso e Mansfield Park são monumentos que albergam ironia, triunfo cómico (sem perder êxtase romântico), sentido do detalhe, e uma extraordinária elegância da sua prosa. Persuasão, livro póstumo, é um prodígio de intensidade, a mesma que rodeia a relação de Miss Bennett e de Mr. Darcy, os personagens de Orgulho e Preconceito, romance único do nosso cânone (Miss Bennett é uma das personagens mais irónicas, espirituosas e revolucionárias da literatura europeia). O seu génio é tão elevado como a sua capacidade de analisar a sociedade e os preconceitos do seu tempo – e do nosso.
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