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Ninguém esquece tão cedo aquela declaração patusca: a meio da noite, entre a escuridão letal e os clarões das chamas, as autoridades, competentíssimas, tinham descoberto uma árvore criminosa (“Já está detida para averiguações”, faltou dizer), culpada da tragédia de Pedrógão. Todos descansámos – era só levar a árvore a julgamento. Duas semanas depois, está provado que a pressa em encontrar a árvore pretendia esconder a floresta de suspeitas. Uma procissão de dislates (com lágrimas ministeriais mal treinadas) que culminou na reação espinoteada ao assalto de Tancos. O resumo destes quinze dias passa com grande facilidade da tragédia à comédia e depois à ópera bufa, com o governo parcialmente de férias a decretar que foi tudo coisa sem importância. Agora é a febre dos inquéritos: apurar tudo de alto a baixo, mas mesmo tudo, sem limites. Cito. Nessa altura recomendo que se ouça o dr. J. M. Júdice, a quem “um político de nível muito elevado” disse que os assaltantes de Tancos já estavam debaixo de olho mas faltou um Chuck Norris do lado dos bons. Resumo: não discutam com malucos.
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