Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
O país está muito feliz com os elogios dos turistas (que apreciam muito a bonomia, os legumes e o peixe fresco locais) e dos famosos que pernoitam entre nós. Que a providência divina proteja ambas as classes de visitantes, que são bens preciosos à nossa economia. Nada de ironias: esta multinacional do lifestyle está de acordo com o espírito do tempo, que é de afeto e prodígios, sobretudo agora, que chega o verão – e, com ele, o direito às “coisas tontas”. Mas há uma coisa que nos devia inquietar (já não falo da identificação, pelo diretor da PJ, de uma árvore “culpada da tragédia de Pedrógão”, nem das lágrimas correlativas da ministra – são episódios chinfrins), mesmo aqueles que nunca foram pacifistas ou anti-militaristas: para que servem os gloriosos militares do nosso exército, e o seu ministro, num país onde se podem roubar munições e armamento dos seus paióis? É que já não é o primeiro nem o segundo roubo este ano. Ter um país pasto das chamas e alvo de ladrões de armas é capaz de não ser muito cativante para o lifestyle turístico. Mas este verão está só a começar.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.