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Não é preciso ser-se um perigoso militarista para perceber que o caso de Tancos é grave. Por causa do armamento e munições que desapareceram, por causa do desmazelo que revelou – e, sobretudo, por causa da reacção estapafúrdia do ministro da Defesa, que admitiu que as armas podiam perfeitamente destinar-se ao terrorismo, murmurando qualquer coisa sobre o Google (como se pedisse a carta de vinhos num restaurante), sobre roubos de armas noutras latitudes (no Afeganistão e nos filmes com gangsters americanos). Uma pessoa ouve durante uns minutos e passa em frente – os malucos ganharam outra vez, e não está em causa a competência do ministro da Defesa para tratar de outros variados assuntos. Demissões? Sim, no pessoal da caserna, para mostrar que as chefias estão atentas e têm mão pesada com quem não as ameaça grandemente. Mas chamar à pedra o CEME ou o CEMGFA vir em pontas prestar declarações? O ministro apresentar respeitosamente o seu pedido de demissão? Não. Fosse por alguma declaração sobre questões de género no Colégio Militar, e outro galo cantaria. Agora, armas? Essa ninharia? O que são 53 quilos de plástico explosivo e foguetes anti-carro, senão ninharias? Não vale a pena discutir com pessoas malucas.
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