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Domingo vai estar bom tempo, prometem os meteorologistas. E passam quarenta anos sobre a morte de Vladimir Nabokov (1899-1977). Ele aproveitaria o dia para um passeio nos bosques em busca de borboletas – o autor de Lolita era entomólogo e lepidopterólogo, o que dá uma ideia de como via os personagens dos seus livros, contos e romances: seres para observação. Nascido em S. Petersburgo, foi um exilado toda a sua vida: primeiro na Alemanha (o pai foi membro do primeiro governo russo de 1917, mas foi depois corrido pelos bolcheviques – para o exílio), depois nos EUA, finalmente na Suíça (viveu de 1961 a 1977 no Palace de Montreux). O sucesso de Lolita (1955), adaptado ao cinema (por Stanley Kubrick, com James Mason), foi também o seu trauma, mas não pode fazer-nos esquecer Fogo Pálido, Convite para uma Decapitação ou Riso na Escuridão – ou o admirável Fala, Memória, uma vaga autobiografia sobre xadrez, borboletas e tudo o que vem na literatura. Hoje, nos tempos do “politicamente correto”, Nabokov seria crucificado. É um dos grandes pilares do cânone ocidental, se existe.
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