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Vá lá, um pouco de calma, isto é normal.

por FJV, em 31.05.17

Outro dia, um texto publicado num blogue feminista chique (Capazes) defendia que, em nome do equilíbrio democrático, o direito de voto fosse retirado aos ‘homens brancos’ durante, digamos, vinte anos. Isso serviria para impor um módico de justiça ao nosso mundo, dominado pelos ‘homens brancos’, período após o qual os direitos políticos lhes seriam suavemente restituídos. Ou não. Aí está um tema para discussão. Entretanto, em Paris realizar-se-á um festival “afro feminista europeu”, o Nyansapo, em que só 5% do recinto estará “aberto a todos”. 80% do espaço será “não misto para mulheres negras” além de 15% “não misto para pessoas negras”. Esta distribuição do espaço do festival (que a presidente da câmara de Paris pediu para proibir) também não me comove por aí além. Poderíamos falar da “idade do ressentimento”, da parolice, da vida sexual das doninhas, dos “estudos culturais” das universidades e da abundância de pólen na atmosfera. Não é caso para guerra civil. Há certos momentos em que não vale a pena discutir com pessoas malucas. Elas ganham.

 

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Turismo.

por FJV, em 31.05.17

Com ironia, Eça de Queirós achava que a visita dos estrangeiros era um incómodo: estamos nós em camisa, de chinelos, a palitar os dentes – e vem esta gente obrigar-nos a recolher o lixo e a ter maneiras à mesa. Os deputados que se preparam para agravar as condições de existência do “alojamento local” fazem-no por disciplina partidária, porque o Estado precisa de fazer o seu saque e de elaborar regulamentos. Mas, lá no fundo, servem a pequena xenofobia, a ideologia da treta, o atavismo e os interesses pessoais – e não esqueceram o que disse um responsável pelo setor nos tempos da pós-revolução (que o turismo é “a prostituição de um povo”, lembram-se?). O ataque ao “alojamento local” é ótimo para o lóbi hoteleiro, que quer ser absolutamente dominador (quem sabe, um dia poderá financiar campanhas eleitorais). Para os burocratas, os turistas são um incómodo e um perigo, mesmo que 90% dos residentes na capital se declarem satisfeitos com o turismo – e a sentir mais orgulho na sua cidade. Por detrás de um destes burocratas está sempre um perigoso provinciano encartado. E maldoso.

 

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