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Quando François Hollande ganhou as eleições presidenciais, um grupo de socialistas portugueses, já bronzeados pelo verão incipiente, festejou o acontecimento num hotel lisboeta. Basicamente, tratava-se de tagarelar sobre “o futuro luminoso” que estava a chegar e sobre a “nova Europa” cujas portas o cavalheiro estaria prestes a abrir de par em par. Foi, como costuma ser nestas ocasiões (a seguir veio a avalancha de syrizistas), um chorrilho de disparates. Seis anos depois, os tagarelas não estão satisfeitos – Hollande percorreu a escala de disparates com proficiência e os seus dois bertoldinhos, Hamon (que prometia uma “esquerda inovadora”) e Mélenchon (que falava com rimas e hendecassílabos), foram derrotados sem ‘glamour’. Quer a “esquerda inovadora”, quer a “esquerda insubmissa” preferiam, lá no fundo, uma vitória fanfarrona da extrema-direita, o que lhes permitiria invocar a catástrofe e encher a rua de barricadas (o que, na época, não fizeram com a invasão alemã). É provável que os franceses tivessem aprendido a lição de Voltaire e decidido cultivar o seu jardim, em tranquilidade.
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