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Acabo de ler um livro de dois grandes especialistas do MIT em robótica e “máquinas de leitura”, delambidos com os livros digitais e defendendo que a era do “livro imóvel” terminou. Colocando em rede o nosso aparelho e ligando-nos a outros leitores, podemos partilhar notas e comentários, além de ver que sublinhados foram por leitores do Alasca, sem falar de os nossos sublinhados ser vistos por outros leitores cuja existência e amizade poderíamos dispensar. Além disso, os autores, Brynjolfsson e McAfee, festejam a ‘fluidez’ do e-book porque, ao contrário do livro em papel, o e-book pode ter uma edição semanal ou mensal, consoante o catavento do autor, que o “atualiza” sempre que lhe der na veneta ou ceder às sugestões da vasta assembleia de leitores. Para quem pensava que o livro era um monumento delicado, solitário e destinado às nossas melhores horas de isolamento (o tal “prazer difícil”, de que falava Harold Bloom), eis que os pantomineiros da “leitura digital” nos dizem que podemos mudar o guarda-roupa da Senhora Condessa de Gouvarinho ou rapar o bigode aos personagens de Camilo.
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