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Açúcar, o tanas.

por FJV, em 05.05.17

Um dia destes liguei o rádio do carro a meio da manhã e calhou estar na “hora do fórum” ou da “antena aberta”. Antes que tivesse tempo para mudar de estação apareceu uma voz a garantir “ao auditório” que “a maior ameaça para a humanidade” era o açúcar. Tamanha revelação deixou-me tranquilo (não uso açúcar e consumo doces muito raramente) porque estava a pensar no Estado Islâmico, no penteado de Trump, em Nicolás Maduro ou nas fissuras do Ártico. Eleger o açúcar como maior inimigo da humanidade pareceu-me interessante. Hoje, não basta reduzir-lo ou deixá-lo: é preciso erradicá-lo dos nossos dicionários (acabou-se o “com açúcar, com afecto”, de Chico Buarque). Ontem passei os olhos num livro recente, ‘Guerra ao Açúcar’, que contém uma ameaçadora lista de pecados, das bolachas às frutas, dos hidratos à frutose (o sumo de laranja é assassino, fique a saber) e ao oxigénio em geral, e que equipara o consumidor de açúcar a viciado em crack. Concordo plenamente. O ar faz mal. Viver é perigoso. Aviso que estou barricado em casa, rodeado de pirâmides de chocolate. Espero a chegada da polícia.

 

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Tolerância, mas de ponto.

por FJV, em 05.05.17

O Bloco de Esquerda não se opõe à “tolerância de ponto” para a função pública na sexta-feira, 12 de maio, por ocasião da visita do Papa. Por um motivo essencial: porque se trata da “competência exclusiva do governo”, e nisso o Bloco não se mete, e não se opõe – posição muito diferente da que tomou há sete anos, quando houve dois dias de “tolerância de ponto” por ocasião idêntica. Sete anos mudam muito na vida de um partido e a lista das piruetas do Bloco é extravagante mas inteligente, de acordo com as sábias palavras do dr. J. Miguel Júdice, que acha que as piruetas são a essência da política e que os bons políticos mentem primorosamente. Ainda a “tolerância de ponto”: acontece que os portugueses que não trabalham para o Estado não têm essa graça concedida – mesmo fazendo prova de que são católicos. Compreende-se; devem existir razões de logística: no trânsito, nas “acessibilidades”, no sistema policial, na relação com a Igreja ou com os muitos eleitores da função pública, a quem aproveito para saudar por ocasião da melhoria das condições meteorológicas durante esse fim de semana.

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