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A Europa inventou o “bom selvagem” depois das primeiras notícias sobre os ameríndios – e regozijou. Pois se no Velho Continente éramos todos pérfidos e perversos, a América tinha guardado ainda espécimes humanos em bom estado de conservação, bondosos e doces como no paraíso (não era verdade). Mais tarde, no século XX, inventou o “bom revolucionário” – e regozijou ainda mais. Pois se no Velho Continente éramos todos burgueses e submetidos ao capitalismo, os povos da América do Sul podiam resistir e fazer, lá (isto é importante: lá), a revolução que não se podia fazer na Europa. Hugo Chávez, por exemplo, foi uma das derradeiras invenções dos teóricos da “revolução permanente”, entre trotskistas ingleses, populistas espanhóis, várias correntes comunistas, agora com vénias iranianas. Está bem: irritou os americanos. E conduziu um país à ruína, à repressão, à censura, à demência (o líder reencarna sob a forma de um passarinho) e à escassez. Nada disto comove os seus criadores. A Venezuela (leia-se o Avante!) continua a ser o exemplo revolucionário de um manicómio de primeira linha.
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