Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Jesus, que era judeu, festejava a Páscoa, ‘Pessach’, ‘a passagem’. O simbolismo da palavra está hoje ligado a outras ‘passagens’, como a da travessia do deserto em busca da libertação (preferível à original – a passagem do anjo da morte no Egito), de redenção e de dignidade. Explicar isto, e também o sentido da Páscoa cristã (a ressurreição e o triunfo sobre a morte), é hoje em dia um trabalho inglório e destinado ao fracasso, no meio de coelhos, ovos de chocolate, viagens de finalistas a Torremolinos e passeios merecidos ao Algarve. Seja como for, devemos preparar-nos constantemente para abandonar o Egito e atravessar o deserto. O simbolismo da Páscoa, por ser mais profundo que o do Natal (transformado em “festa da família” e jornada de consumo – muito conveniente), desapareceu mais depressa nas sociedades que temem os “símbolos” e acham os “rituais” um momento desprezível, e é hoje assinalado como uma memória histórica da morte de Jesus e da sua condenação, mais do que uma renovação nos nossos votos de liberdade. Mas alguma coisa deve restar no fundo do nosso coração. Boa Páscoa.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.