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Explicações do mundo, 1.

por FJV, em 06.01.17

«Na Islândia não há ruínas, não há barcos vikings para provar que chegámos aqui. Então, as pessoas acham, entre outras coisas, que descendemos do bacalhau.»

Andri Snær Magnason, escritor islandês. The New York Times.

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Imprensa séria.

por FJV, em 06.01.17

Desde segunda-feira que o Correio da Manhã e a CMTV acompahavam a história de Anabela Lopes, «vítima de violência doméstica», desaparecida, provavelmente raptada e agredida pelo seu marido, e em perigo de vida. A «imprensa séria» achou que o assunto não merecia acompanhamento, porque havia que dar notícias sobre os novos chefs que festejam o ano novo com tortas de bulgur em cama de seitan gratinado com cobertura de abacate, ou sobre os transgender japoneses. O facto é que «o caso de Grândola» era sério e emblemático, mas os especialistas em género ainda não o tinham descoberto e «a violência doméstica em ambiente rural» é coisa para grunhos. Hoje, nas suas edições online, assinalam a descoberta de Anabela Lopes, prestes a ser executada pelo marido, como se desde o primeiro minuto se tivessem interessado pela história. Para retomar um tema recente, só há «interesse público» quando os advogados de Pedro Dias concedem entrevistas exclusivas à «televisão pública» – e nessa altura, ah, rejubilemos!, as repórteres justiceiras acham que o cavalheiro dava uma estranha sensação de conforto. 

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O cantinho do hooligan. Onde se pode ser extremista, 2.

por FJV, em 06.01.17

Soares Dias é o melhor árbitro português. Talvez o segundo melhor seja Jorge Sousa, que deixou um penálti por assinalar contra o Benfica e a favor do Sporting (o de Pizzi, monumental). Soares Dias deixou dois penáltis por assinalar no FC Porto-Benfica (um deles, a mão de Mitroglou, seria ‘transporte’ em voleibol). A contabilidade de penáltis por assinalar deixa o FC Porto prejudicado — mas, por exemplo, no Chaves-FC Porto, o FCP teve cinco penáltis para marcar e só aproveitou dois; então? Rui Santos, ui ui, garante que, se tivessem sido arbitragens correctas, o FCP iria à frente do campeonato com sete pontos de vantagem. Digo isto por dizer, e para ganhar outra vantagem — é que, no jogo com o Moreirense, o FCP Porto teve uma hora para jogar e marcar e não o fez. Depois, foi o que se viu: Danilo expulso e uma gargalhada monumental. Nuno Espírito Santo portou-se bem: parecia a Rainha de Inglaterra — «Nós etc etc.» Ninguém bateu no árbitro, ao contrário do que aconteceu no Setúbal-Sporting, onde o árbitro (fraquinho) assinalou um dos dois penáltis cometidos pelo Sporting (o que não foi assinalado mostra Coates a querer despir a camisa do jogador do Setúbal – e logo por detrás), e mesmo assim teve direito a investidas de Jesus, Nelson e Coates à frente das câmaras de televisão (até Adrien esteve para levar, por andar ali metido a separar árbitros, polícias e equipa técnica do Sporting). O resultado é que o grande problema do Sporting se chama Jorge Jesus, e não Bruno de Carvalho nem “arbitragens”. Quanto ao FC Porto, um dos problemas é o “estilo Rainha de Inglaterra” de Nuno Espírito Santo.

Explico. Há qualquer coisa que me escapa no plural majestático de Nuno Espírito Santo – aquele “nós” tanto se refere a ele próprio, como ao plantel mais ao treinador, como ao FC Porto em geral, como à Santíssima Trindade em particular. O que é certo é que, mesmo tendo em conta o reduzido interesse da Taça CTT, o FC Porto (“nós”) está atrás do Moreirense e do Belenenses. Isso não deixa a equipa (“nós”) numa situação confortável, porque quem se deixa empatar com o Feirense (“nós”) há de ter dificuldade em desativar a Juve, quando chegar a altura. Nuno E.S. anunciou que (“nós”) vai refletir, mais precisamente “nós, equipa técnica”. Uma das coisas em que pode refletir é no desinteresse com que a imprensa acompanhou mais uma derrota da equipa treinada por “nós”, justamente uma segunda linha quando era preciso a divisão Panzer.

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Chegou o frio, televisões.

por FJV, em 06.01.17

Preparemo-nos. Vem aí o frio, dizem as televisões. Basicamente, é como se a calota polar chegasse a Figueiró dos Vinhos e fosse necessário avisar a população.

Todos os anos me divirto com as repórteres embrulhadas em anoraques usados nas séries de tv do Alasca, de microfone em punho, inquirindo habitantes de Vinhais, Manteigas ou Terras de Bouro: "Então, está frio?" Uns cavalheiros à porta de uma loja de ferragens respondem que sim, sim, "está mais frio do que em agosto".
Hidratem-se, recomendam as repórteres. Ah, e não se esqueçam: a Proteção Civil recomenda que se vistam várias peças de roupa em vez de só uma (verídico). Evite tomar banho de mar e, se chover, use guarda-chuva. "E então como fazem por causa do frio?", perguntam de dentro do anoraque. As pessoas de Vimioso entreolham-se e balbuciam: "Agasalhamo-nos." O normal: tirando um vizinho que fuma substâncias esquisitas, na minha rua não anda ninguém em t-shirt. Chama-se inverno. Imagino um programa da proteção civil a explicar como se usam ceroulas ou luvas e se prepara chá de limão.

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Caraíbas.

por FJV, em 06.01.17

Coisas que se escondem para não nos fotografarem em Varadero.

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