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Espanha.

por FJV, em 01.12.16

Não deixemos para amanhã o que podemos fazer hoje: falar sobre Espanha. Por mim, vivi parte da infância com a gravura da defenestração de Miguel de Vasconcelos às mãos dos “conjurados” e com um D. João IV de gola eclesiástica vindo da penumbra. De D. Afonso declarando a independência até 1640, passando por Nuno Álvares Pereira e pelos episódios de Colombo e Magalhães, a Espanha era o inimigo aberto. Mas quis o destino que eu vivesse até ao fim da adolescência encostado à fronteira, que fôssemos aos bailes do colégio da Av. Portugal na vila galega vizinha e que consumíssemos La Casera. Praticamente, sou bilingue. Vi televisão espanhola desde a infância. Li os poetas e filósofos espanhóis. Tive uma namorada espanhola. Escrevi um romance passado em Espanha – o país que tínhamos de atravessar de noite, de comboio, para chegar à Europa. A verdade é que precisamos de Espanha, e não apenas pela economia, mas para que tenhamos alguém de quem desconfiar, ao jeito de um infiel inimigo externo. Digam lá que não causou estranheza ver um Filipe ser festejado no Porto e em Guimarães com gritos de ‘Viva o Rei!’.

[Da coluna do CM]

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