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Em todo o mundo – como dizem os números e as publicações especializadas – a chamada «literatura erótica» está em baixa e foge dos tops. Parece que a vaga de imitadoras e vulgarizadoras dos livros de E.L. James (As Cinquenta Sombras de Grey), que por sua vez era já imitadora e vulgarizadora, entrou no seu inverno. Como nós no nosso. A coisa pode parecer estapafúrdia, mas tenho moeda de troca: acabam de ser anunciados os candidatos ao prémio Bad Sex (Mau Sexo), destinado a galardoar livros que se tenham distinguido por más descrições e narrações de cenas de sexo – em literatura, mau sexo. Há uma lista negra nesta matéria, e nela estão Tom Wolfe, Morrisey, Ben Okri, Jonathan Littel, Ian McEwan, Melvyn Bragg, Erri de Luca ou Norman Mailer, entre outros; um prémio desses no romance português seria fácil de atribuir. Escrever sobre sexo é andar no fio da navalha, ou pior. O ideal seria o autor colocar-se de atalaia à porta do quarto e deixar que os personagens se entregassem às intimidades antes de prosseguir o livro. Mas não; há sempre a tentação de sujar os dedos (é uma maneira de dizer).
[Da coluna do CM]
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