Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Em primeiro lugar, as boas intenções: povoar o deserto do interior. Quem não quer fazê-lo, remediando décadas – século e meio – de despovoamento acelerado das províncias? Por isso, durante a tarde de sábado, as rádios rejubilaram com o anúncio de mais uma medida anunciada – o governo subsidia, através do IRC e da Segurança Social, o emprego no interior. Empresa de Mirandela, Moncorvo ou de Elvas que contrate pessoas que saem de Lisboa, Setúbal ou de Aveiro, tem um prémio (a medida foi anunciada no encontro do PS de Lisboa). De quanto é a redução de imposto ou de contribuição para a previdência? Ninguém cuidou de saber, porque o jornalismo não está preparado para perguntar. Basta a intenção – sobretudo a boa intenção, e especialmente quando as empresas de Mirandela, Moncorvo ou Elvas podem querer contratar pessoas de lá, uma vez que as taxas de desemprego não são apenas elevadas em Lisboa. [A medida foi já ensaiada na altura em que Elisa Ferreira era ministra do Planeamento, no início do século, prometendo uma redução do IRC às empresas que se fixassem no interior.] Por exemplo, este Verão, as auctoridades mandaram para o Algarve os médicos que estavam a fazer falta em Bragança. Aliás, podiam começar por perguntar por que razão, depois de abertos vários concursos, os hospitais e centros de saúde do interior fenecem de médicos, para citar Severim de Faria, um clássico.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.