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Uma visão catastrofista.

por FJV, em 15.09.16

Comparando o léxico de Mau Tempo no Canal, de 1944, com o romance de um autor contemporâneo, percebe-se que desapareceu cerca de 20% do léxico. A língua portuguesa está confinada ao seu ersatz, uma espécie de substituto ligeiro, uma língua de anúncios de aeroporto, de fala de supermercado. A escola é muito responsável por esse desastre, preferindo a pobreza do léxico, desculpabilizando os erros, parlapatando – esquecendo que quem fala e escreve mal, pensa mal. Mas o mais grave no comportamento da escola é o seu desejo de agradar à vulgaridade, tanto à da televisão como à da agenda dos políticos e estrelas de rádio e televisão. Desvalorizando o ensino da história, deprimindo o estudo da filosofia, procurando – em nome da leitura de autores contemporâneos – fazer esquecer os tesouros da língua. Esta visão é catastrofista? Provavelmente, porque estamos diante de uma catástrofe comandada por empresários ignorantes, políticos sem rectidão, líderes carregados de ódio ao passado, ‘pedagogistas’ que repetem erros sobre erros na televisão e na internet. Hoje começa um novo ano escolar, se vos escapou a coisa.

 

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