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Não é apenas o caso de Guillermo Fariñas, escandaloso – e silenciado na nossa imprensa e na televisão, que fogueteou, eufórica, com o nonagenário Fidel Castro, certamente festejado como o campeão das liberdades. Se isto não fosse uma vergonha – ver as autoridades e os seus companheiros, lá entre eles, a babarem-se de felicidade com a longevidade do ditador e a enviarem telegramas –, acresce que a condenação de Leopoldo López passa no meio do Verão como um entretenimento longínquo, na Venezuela. Vejam a constelação: para quê protestar contra a condenação ilegal de López, o líder da facção mais direitista, pró-EUA e golpista da Venezuela? Pois se ele é direitista, roubou o petróleo, esvaziou os supermercados e se chama Leopoldo. Quem criou o bom selvagem não pode deixar morrer o bom revolucionário.
Um turista, um grupo de turistas, um grupo de viajantes, entram em Portugal por terra, mar e ar. Vêm com a disposição, acertadíssima, de passar uns dias de férias num país bom de legumes, robalos e raios ultravioleta – e a polícia manda-os fazer fila a fim de responderem a um inquérito de resposta obrigatória a fim de «estimar o número de residentes e de não residentes que atravessam as principais fronteiras nacionais, conhecer o perfil dos viajantes e suas deslocações, bem como obter uma estrutura de repartição de gastos turísticos internacionais por principais rubricas de despesa». Além disso, pede-se o nome, escolaridade e informação sobre o quanto gastou ou vai gastar em solo nacional. Compreende-se a necessidade de obter esses dados, e o facto de uma brigada da GNR sempre emprestar mais legalidade à operação, mas eu pensava bem antes de vir cá outra vez.
Ver este texto de José Meireles Graça sobre o assunto — e a ilegalidade da acção da GNR:
...para saber de onde vimos, para onde vamos, quanto gastamos, que habilitações literárias têm exactamente os passageiros, e mais quanta pergunta indiscreta um inútil sentado num gabinete em Lisboa com ar condicionado congeminou para nos lixar a existência, e justificar a dele?
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