Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Enquanto as almas mais histéricas de Bruxelas lançavam violentas jaculatórias contra os ingleses, que tinham decidido – e não de um dia para o outro – abandonar a galé, o pequeno sultão de Ancara, Recep Erdogan colocava a Turquia a ferro e fogo depois de um golpe militar que parece encenado numa má república sul-americana. Fechou 29 casas editoras (e cerca de 20 jornais e televisões), despediu 40 mil professores, milhares de jornalistas, sem deixar de embolsar algum pagamento que as mesmas almas histéricas europeístas lhe deixam à porta para que controle as fronteiras com a Síria e o Iraque. É um bom negócio. Entre os presos está a romancista Asli Erdogan (há já 3 semanas); um abaixo assinado, que é encabeçado por Olivier Rolin e Patrick Deville, circula por Bruxelas, mas as almas da burocracia europeia têm o correio lacrado. De que vale ser europeu se a Europa for uma galé governada por merdosos que hesitam em ter voz, seja contra a Venezuela, seja contra a Turquia? A Turquia não é para lá da a China, caso tenham dúvidas. É ao virar da esquina e estão-se nas tintas para os estados de alma europeus.
Na coluna do CM.
Há um debate que o ocidente nunca quis ter – ele chega pela porta das traseiras.E deve ser feito.
No mundo de hoje, em que tudo se mede na escala do visível, a memória é cada vez mais curta e depende do espectáculo que provoca. No caso do pequeno universo da edição, convém por isso a ressalva, um editor não é apenas os livros que publica; é também a memória desses livros, a diversidade de livros que permitiu que outros publicassem e, finalmente, a influência que gerou. No caso de Fernando Guedes (1929-2016), nada mais verdadeiro: foi editor (a Editorial Verbo levará para sempre o seu nome, tal como a Enciclopédia Luso-Brasileira da Cultura), ensaísta, poeta, tradutor, diretor de revistas – e um homem fascinante. No mundo de hoje (volto a usar a expressão) talvez ele não tivesse lugar. Conservador, católico, discreto, também um conhecedor dos bastidores do poder e da glória, como da derrota e da dúvida. Conversar com Fernando Guedes era atravessar o abismo das gerações sem ter que abdicar desse abismo; era o que fazia dele esse homem fascinante que reconheceu a passagem do tempo e nunca deixou de o enfrentar à sua maneira. Com a nobreza de um cavalheiro de antigamente. Até domingo passado.
No princípio do ano, a polícia londrina prendeu um rapaz por assalto e posse de droga; ficou detido na esquadra e, a dada altura, perguntou se lhe podiam dar um livro para passar o tempo. O superintendente Steve Whitmore, não tendo encontrado nada de especial na diminuta sala de estar da esquadra, acabou por emprestar o seu próprio exemplar de À Espera no Centeio, o clássico de J.D. Salinger. Daí nasceu uma ideia, Books in Nicks, com o qual a Polícia Metropolitana de Londres (em colaboração com a Give a Book, uma organização de caridade, montada por voluntários) pretende distribuir um livro a todos os detidos nas suas instalações. Em breve irão circular cerca de 30 títulos, entre os quais Moby Dick, de Herman Melville, Grandes Esperanças, de Dickens, A Ilha do Tesouro, de Stevenson, ou À Espera no Centeio, de Salinger, em várias línguas, e incluindo (lá dentro, subrepticiamente) folhetos sobre cursos de formação profissional e educacional. Os novos leitores podem ficar com os livros depois do período de detenção. Todas as oportunidades são boas para não serem perdidas.
A conversa sobre valores nunca perde actualidade – nem perde pela demora, na maior parte das vezes. A propósito do burquíni, a discussão tem registado momentos interessantes (ou seja, cómicos) quando se folheiam pareceres sobre «a necessidade de defender os nossos valores» frente aos «valores do fundamentalismo». Daqui a nada, «os nossos valores», os «pilares da nossa civilização», implicam maminhas ao léu ou, pelo menos, obrigatoriedade de uso de biquíni (já se sabe que eu defendo mailots), na praia ou nos ringues de vólei. Não sei onde andavam há dez anos. Nessa altura, a questão «dos valores» era desprezível.
O Filipe, como sempre, diz o essencial, relembrando-o; o João defende um módico de sensatez.
Vital Moreira corrige o Diário de Notícias (a receita, sobre o mesmo assunto, poderia também aplicar-se ao Público): «O Diário de Notícias titulava assim a notícia: «Défice público continua a cair: menos 593 milhões em julho». Trata-se de um título assaz enganador. Primeiro, o défice orçamental não diminuiu em relação ao mês anterior; aumentou, e muito, passando de cerca de 2900 milhões em junho para quase 5000 milhões em julho (passando num só mês de 52% para mais de 90% do total do défice esperado no final do ano!).»
Os portugueses gostam de desporto? Duvido. Gostam dos seus clubes de futebol – ao ponto de acharem que todos os anos têm de ganhar o campeonato. A vitória de Portugal no Euro, em vez de acalmar as exigências, potenciou ainda mais a estultícia, que passou para os Jogos Olímpicos, razão por que ainda se discute o quão fraca foi a nossa participação – porque, lá está, «devíamos ter trazido meia dúzia de medalhas». Falta-nos reconhecer que as vitórias nos Jogos têm a ver com sacrifícios individuais, com esforços nem sempre recompensados, com disciplinas impopulares. Muitas das modalidades são tudo menos espetáculo, o mal absoluto que hoje devora tudo. Os heróis da canoagem, taekwondo, corrida, salto, vela, ténis de mesa, talvez não precisem de mais dinheiro, como por aí se diz, mas de mais competição, mais sacrifício ainda, mais atenção e apoio. Muitas vezes são heróis solitários e desconhecidos. E sim, tivemos uma participação decente. Não por sermos «os maiores» (não somos). Mas porque um punhado de raparigas e rapazes se esforça bravamente.
[Da coluna do CM]
[Desculpem ter publicado uma foto de Patrícia Mamona, mas é irresistível.]
O que vale é que muitos de nós temos aquilo que se chama uma memória filha da mãe. Por exemplo – há dez, doze anos – chamar a atenção para o uso da burqha, denunciar o crime da excisão feminina e da violência sobre mulheres e adolescentes nas «comunidades islâmicas», entre outras amenidades, era uma atitude antimulticultural. Há dez, doze anos, os multiculturalistas clamavam pela compreensão dessas amenidades, da poligamia à castração, porque eram «tradições culturais», certamente anticapitalistas. Muitos deles simpatizantes do Hizbollah, Hamas e de outras associações de beneficência do Médio Oriente, tapavam os ouvidos quando se denunciavam fuzilamentos de homossexuais em Gaza, apedrejamento de adúlteras e outras tradições festivas do género. Quando o Xeique de Lisboa se manifestou contra esses horrores, houve abaixo-assinados sobre a sua capitulação às mãos do Ocidente. Ainda hoje, há pobres almas que dizem no The Guardian, esse farol da parvoíce, que o burquíni é um instrumento do feminismo. Isto não está perigoso. Está parvo.
O estudo foi publicado na revista Science Direct e tem graça; garante que, independentemente de sexo, raça, educação ou classe social, há um contributo decisivo da leitura para viver mais e melhor. “Pessoas que leem têm uma vantagem significativa, em termos de longevidade, sobre aquelas que não leem”, diz um dos autores, Becca R. Levy, professora de epidemiologia na Universidade de Yale. Os cientistas acompanharam 4 mil voluntários com 50 anos e estabeleceram que três horas e meia de leitura de livros (jornais, lamento, não servem) garantem uma vida mais longa. Comparando com aqueles que não leem livros, os que dedicam pelo menos meia hora diária a folhear um livro têm menos 17% de hipóteses de morrer nos 12 anos seguintes (a percentagem sobe proporcionalmente até aos 23%). Além de a leitura e a esperança de vida estarem estreitamente ligadas, há outros dados interessantes: as mulheres são mais saudáveis porque leem mais romances, desenvolvendo certas competências cognitivas, além do “desejo de viver mais”. Não sei de que é que estão à espera. Meia hora por dia. Qual ginásio, qual carapuça.
[Da coluna do CM]
Espero estar enganado mas pode muito bem acontecer que o assunto dos filhos do embaixador do Iraque ainda vá a meio — e esteja, por agora, muito mal contado, e (como suspeito) logo a partir de Ponte de Sor.
Entretanto, perto de uma discoteca da Póvoa de Lanhoso, um rapaz foi agredido com um taco de golfe por um bando de rapazolas; está no hospital, entre a vida e a morte – ainda ninguém se manifestou chocado, certamente porque os agressores eram minhotos e não iraquianos.
O Governo quer uma sociedade mais “inclusiva” (nada mais irritante do que o recurso permanente à coisa “inclusiva”) e, com esse fito, pretende impor quotas mínimas de mulheres em instituições públicas e privadas (porque o Estado quer mandar em tudo e impor “o bem” em toda a parte), administrações, bolsa, etc. Não sei se as nomeações para a administração pública também seguem esse princípio, mas deviam, tal como as chefias dos sindicatos, o mandarinato da banca ou as repartições de finanças. Deixo o aviso: as mulheres são tão incompetentes como os homens, por isso não tenho nada a obstar. Mas há uma coisa que me incomoda quando as autoridades são tão lestas a mandar nos outros – é que geralmente não cumprem: o Governo tem 13 ministros e 4 ministras; 26 secretários de estado e 15 secretárias de estado; a administração da Caixa, que o Governo espatifou, tinha 18 homens e uma mulher. Alguém que mostre isto a Ban Ki-Moon, o secretário-geral da ONU (que quer ver uma mulher a suceder-lhe no cargo, contra a opinião do Governo português, que, misógino como é, prefere um homem).
Admito a tese de que se trata de um instrumento de opressão das mulheres pelo Islão, mas, pessoalmente, gosto do burquíni. Lamento informar, mas também gosto dos velhos e saudosos maillots, fato de banho feminino de uma só peça. Sou um tarado. Posso imaginar a curiosidade que existia, logo a seguir à II Guerra (quando o suíço Louis Rénard inventou o biquíni), acerca do corpo feminino e, sobretudo, do de Brigitte Bardot. Mas o mundo mudou. Roland Barthes teorizou, muito apropriadamente, sobre a «fenda erótica» – a intermitência, o espaço entre a revelação e a ocultação, a pequena suspeita –, que invoco em minha defesa, até porque Barthes era insuspeito de devassidão heterossexual. Hoje, quando qualquer dama posa nua para as gazetas (até a mulher de Donald Trump), o burquíni, humedecido pela água salgada das praias, escondendo as divinas imperfeições mas suscitando a imaginação e os seus maravilhosos pecados, intensifica a dimensão erótica do verão – assim o saibamos receber sem deixar que os imãs mais hirsutos e as escolas de jurisprudência islâmica suspeitem que o aprecio desta forma lasciva.
[Da coluna do CM]
A questão é esta: depois do jogo com a Roma percebemos que aquilo que o FC Porto tem de melhor, a nível de Champions, é a app para telemóvel, que funciona muito bem e até está bem escrita. Em termos futebolísticos, o desnível foi enorme – a começar pelo desnível emocional, compensado pelo facto de a Roma ter jogado com 10. Compreende-se a coisa, depois de três épocas de desleixo e Xanax, mas é preciso fazer mais (por exemplo, não sei o que fez Evandro melhor do que faria Ruben Neves naquela fase, mas sei que seria importante ter entrado Ruben).
Quanto ao jogo no Dragão contra o Estoril, o seguinte: o Sporting contrata fulano, o Benfica fica com sicrano, e o FC Porto mantém uma prateleira à espera de 31 de agosto sem entretanto ter alguém para acompanhar André Silva, André André, Ruben Neves e outros membros da família portista que entretanto apareceram, como Otávio ou Layún), salvo a contratação do namorado de Shana Sonck que, muito avisadamente, afinal não vai jogar.
Depois, desacertos (já para não falar da «ineficácia ofensiva», quer dizer, ter feito 25 remates nas estatísticas e um golo na vida real, a par de 66 ataques e de 66% de posse de bola). Ontem, ao minuto 80 – por exemplo – Herrera (deve ter sido o jogador que mais bolas perdeu a meio campo) decidiu jogar flipers: uma bola servida para a cabeça e o mexicano, um dos jogadores menos bonitos jamais nascido em Tijuana, limitou-se a não mexer um músculo que fosse, esperando que a bola fizesse tabela no occipital e ludibriasse o guarda-redes Moreira. Ao minuto 85, Sérgio Oliveira fez quase tudo (o que, no caso de Sérgio Oliveira, é um elogio enorme), fintou, ficou diante da baliza – e passou para que Layún se ocupasse da bola (o que ele fez, pacientemente, perdendo-a para um lateral do Estoril, embora se reabilitasse na jogada seguinte).
Sei que estamos no princípio (ah, quem não gosta de usar esta frase?), mas reforcei a minha dose de Xanax, relembrando que, no final do jogo com a Roma, só André Silva teve coragem de dizer o essencial: não estamos nada contentes.
De resto, para que não digam que tenho mau ganhar, relembro que houve um penálti não assinalado contra o Estoril, logo no início, com falta sobre Varela (jogou tão atabalhoado que até parecia vestido de burqha). A prova disso? Luís Freitas Lobo desvalorizou a coisa dizendo que «há umas mãos nas costas de Varela que podem ter condicionado a sua acção naquele momento». É um eufemismo como há muito tempo não ouvia, mas que serve para imaginar que os árbitros fazem apostas (como faziam na época passada) sobre quantos penáltis deixam por marcar a favor do FC Porto.
Foto ©Manuel Araújo | Record.
Dilma Rousseff, a presidente que não conseguia juntar um sujeito e um predicado e colocar ambos em concordância com um complemento directo (e que pronunciou esta nobre pérola, «todo mundo pode cometer corrupção») diz que, afinal, errou ao ter escolhido Michel Temer para vice na chapa eleitoral. Ai dela, Dilma. Não é a pior, valha a verdade. A esta hora, também Lula deve pensar que errou ao escolher José Dirceu como ministro da Casa Civil, porque, ai dele, foi preso por corrupção. Lula errou também ao ter permitido que José Genoíno assumisse a presidência do PT porque, ai dele, foi detido e condenado por corrupção. Lula também errou ao escolher Marcos Valério como tesoureiro do partido porque, ai dele, foi preso por corrupção. Lula errou ao aliar-se aos radicais evangélicos porque percebeu que estava perdido quando o bispo Edir Macedo, finalmente, não lhe atendia os telefonemas (já tinha tido a prova de que não valia a pena espanejar o chão evangélico porque tinha escolhido José Alencar como vice da sua chapa). Ai dele, que errou ao ter escolhido os seus filhos, sob quem recaem suspeitas e processos de corrupção e de favorecimento ilícito em posse de bens estatais, para cuja atribuição ele concorreu. Errou porque foi apenas mansamente racista nos seus insultos contra Francisco Barbosa, o presidente do STF, que condenou a canalha do mensalão. Também errou quando tentou expulsar do país o correspondente do NYT, uma coisa que nem a ditadura militar conseguiu, ai dele. Também errou quando deixou que o então presidente do PT (que ele, Lula, tinha nomeado) escolhesse aqueles funcionários que foram capturados num aeroporto «com dólares na cueca». Sim, Dilma errou ao escolher Temer como vice, porque não lhe bastava – como não bastou a Lula – ter o PP como vice aliado; precisava de comprar o partidão do regime, o PMDB, como sempre rebolou os olhos, em delírio, de cada vez que fazia alianças com Paulo Maluf (dá para acreditar, Lula a beijar Maluf na boca?) ou recebia o apoio de Delfim Netto (esse, Delfim Netto, esse, o ideólogo da economia do regime militar)? Não sei se Dilma também errou quando mandou a sua tropa (a CUT, o MST, por aí fora) invadir a rua para impedir que leis fossem aprovadas e, de caminho, queimassem jornais e revistas desafectas, mas deve ter errado quando, com o seu português maravilhoso (ah, ela tem esra frase gloriosa: «Por isso que eu me comprometo a trabalhar diuturna e nocturnamente»), enquanto ministra de Lula, ela não sabia de nada. Tanto assim que, depois de Palocci, o ministro da Fazenda de Lula, ter sido envolvido no mensalão e declarado culpado de corrupção na prefeitura de Ribeirão Preto, Dilma errou também – ai dela – ao nomear ministro da Casa Civil, quem?, António Palocci, esse mesmo, que teria de abandonar o cargo por ser suspeito de «improbidade administrativa» e, depois, condenado por esse e outros crimes, desde recebimento ilegal de fundos em dinheiro vivo até falsificação de aquisição de molho de tomate na prefeitura de Ribeirão Preto. Lula também errou, ai dele, por não ter insistido no esclarecimento das circunstâncias em que foi assassinado o prefeito de Santo André, Celso Daniel, nem as sete testemunhas do caso, todas relacionadas com o PT. Pobre Dilma, que errou ao escolher Michel Temer, e que, tentando um golpe, errou querendo nomear Lula como ministro para este escapar ao inquérito legal em curso. Erros de ambos, Dilma e Lula, amor ardente. A lista de azares é longa, mas escusam de mandar cançonetas sobre «o golpe» e de chorar em público. Aliás, Dilma e o PT patrocinaram, directa ou indirectamente cerca 50 pedidos de impeachment, a maior parte deles contra Fernando Henrique Cardoso (e alguns tão mal instruídos pelo segundo ministro da Casa Civil de Dilma, Jacques Wagner, o campeão das ilegalidades enquanto governador da Bahia, ou por Tarso Genro – o mais ridículo, a fazer jus ao bigode – e Genoíno, o campeão das virtudes que liderou parte substancial do mensalão), mas também contra Collor e Itamar. Não venham com cançonetas sobre «o golpe», sobretudo depois de quase destruirem o Brasil.
Uma das coisas que se aprende de início, mesmo quando não se estudam as elevadas cordilheiras do Direito, é que as leis são universais e não podem ser feitas «à medida» de interesses particulares. Ditosa pátria que tanto respeita os princípios: «[…] a intenção esbarrou na intransigência do BCE e, mais importante, da lei portuguesa.» Logo, «o Governo ainda não desistiu da nomeação destes nomes e até admite mudar a lei para que possa fazer as escolhas que pretende» para o banco que já tinha alterado a lei sobre o tecto do salário dos gestores. As leis são boas consoante quem as aproveita.
Uma interessante força de bloqueio permite-se atacar o Estado. Quem se mete com ele, leva. Aguardemos.
A história de Patty Hearst contada no livro de Jeffrey Toobin, American Heiress. The Wild Saga of the Kidnapping, Crimes and Trial of Patty Hearst.
É curioso como várias Patty Hearst zumbem à nossa volta.
José Milhazes sobre Victor Serge:
Frequentemente, a intelectualidade comunista e de alguns setores de esquerda justificavam o seu apoio ao regime soviético, alegando desconhecer os crimes perpetrados por José Estaline e seus carrascos, mas tratava-se de uma justificação esfarrapada. Só não sabiam isso porque não procuravam saber.
O livro “O Caso do Camarada Tulaev”, do escritor belgo-russo Victor Serge, foi escrito e editado no Ocidente no início dos anos 40, não sendo o primeiro onde este autor, então figura proeminente do movimento comunista internacional, denunciava a criação do aparelho burocrático e repressivo que José Estaline criava na URSS. Esta sua obra apenas foi publicada na Rússia em 1992, após a queda da União Soviética.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.