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Perdi a conta aos livros de espionagem que passaram pela minha mesa de cabeceira. Passam-se em vários cenários. Antes e depois da queda do Muro de Berlim. Antes e depois da morte de Mao. Antes e depois da II Guerra. nos EUA, em Inglaterra ou na antiga URSS (sim, eu gostava de Julian Samyonov, o autor de A Tass Está Autorizada a Anunciar e de Dezassete Instantes de uma Primavera). Antes e depois da emergência do fundamentalismo islâmico. Na Islândia ou na Austrália, em Marrocos ou em Lisboa. Escritos por Graham Greene ou por John Le Carré. Com bons e maus, homens e mulheres, heróis e fantasmas. Sobre os espiões portugueses pouco se escreveu – não que eles não existam, apesar dos sucessivos esforços em “queimá-los”, como está a acontecer atualmente – de novo. A notícia de ontem, no entanto, animou-me: um espião português foi preso quando se encontrou, em Roma, como um agente do SVR, o antigo KGB. De repente, o mundo (que sempre foi perigoso) voltou a ter uma ordem e um sentido. E Portugal, o país dos espiões traídos, voltou a ter alguma importância. Não é por acaso que a maior parte da nossa espionagem, até ao século XIX, se produziu na Rússia e em Roma.
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