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Minority Report.

por FJV, em 17.03.16

João Pires da Cruz no Observador hoje:

«Como o Estado tem agora uma base de dados completa com os consumos nas farmácias, pode projetar de forma bem precisa as pensões que vai pagar nos tempos que se seguem ao período de declaração do IRS porque pode prever, com um algoritmo relativamente básico, quem é que está prestes a bater a bota. Mais, como tem as faturas do resto, pode correlacionar facilmente com o consumo de carne, batatas fritas, fast food, vinho, etc. A gestão da coisa pública pode tornar-se perfeitamente eficaz. Pode passar a cobrar mais impostos a quem tem padrões de vida mais “agressivos” ou dar descontos de oportunidade nas contribuições para a segurança social a quem não acha que vá viver para lá dos 60.»

 

 

Já imaginou o resultado do cruzamento de dados – de cada cidadão – sobre rendimentos, património, hábitos de consumo, problemas de saúde e educação? O conhecimento desses dados é um instrumento poderoso nas mãos de políticos ou de empresas. Ou de loucos – que frequentemente aparecem tanto na política como no mundo das empresas. O Prof. João Pires da Cruz, um físico, escreveu ontem um notável artigo chamando a atenção para esse perigo. Quem detém esses dados? O Estado. Quem pode ter acesso a eles? O Estado. Mas também quem puder e souber penetrar nessa rede de números, registos, informações – um registo da vida de cada um de nós, o rasto de cada decisão ou contingência. Portugal é um país liberal sem liberais, liberais à moda antiga, que prezem a liberdade e a autonomia dos cidadãos. Detendo esses dados (a partir do Cartão de Cidadão), o Estado pode manipular, vigiar e decidir sobre a vida de cada um de nós. Já aqui escrevi bastante sobre isso – antes de o governo anunciar que quer construir perfis de cada cidadão na net, uma ameaça grave (quem autorizou?). Já algum deputado se manifestou sobre este Big Brother?

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Bibliografias essenciais, 6.

por FJV, em 17.03.16

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Sr. Ministro.

por FJV, em 17.03.16

Armado da ideia de superioridade moral, construída com a beatificação de Lula, o essencial do seu projeto (e do PT) foi eternizar-se no poder. Se todos os outros são maus e desprezíveis, para quê disputar o poder com regras leais? Só isso explica o fio contínuo de escândalos, o ‘entrismo’ no aparelho de Estado, o aprisionamento da banca e da economia pública para fins partidários (Banco do Brasil, Petrobras, etc.) e a destruição de valor e de decência. Na década passada, o Planalto albergava a maior rede de tráfico de influências e de dinheiro público e privado de que há memória no Brasil – o Estado tinha passado a ser propriedade do PT, da sua mediocridade e dos seus ditadores. A velha oligarquia brasileira (o Brasil tem a maior percentagem de ricos imbecis do mundo) aplaudia, porque podia continuar a fazer os seus negócios pagando uma percentagem gorda. A ideia de Lula evitar o processo judicial fazendo-se ministro é covarde e o corolário de todas as coisas indignas que marcaram a vida brasileira da última década. Não, Lula não é, nunca foi Mandela, como quer o pré-fascista que manda na Venezuela; além de suicida, parece-se mais com Winnie Mandela.

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Onde está o general Custer?

por FJV, em 17.03.16

Quase ninguém – com a exceção natural dos seus fãs – tem paciência para as lições de bruxaria pós-Harry Potter ministradas por J.K. Rowlling, que até acho uma figura simpática. Com o fim da saga de Hogwarts, a escola de magia e bruxaria dos seus livros, a autora – por irrequietude compreensível – decidiu alongar o filão e publicar The History of Magic In North America como uma espécie de “antepassada“ dos seus efeitos especiais. Mundo maravilhoso, “vingardium leviosa”, levitemos todos. Acontece que a coisa não foi bem vista do lado de lá do Atlântico: os mestres dos “estudos culturais” índios acusam Rowlling de apropriação indevida, imperialista, e de “agressão racista e colonial” contra os nativos americanos. A história seria cómica, a juntar aos exemplos do ressentimento cultural de hoje. Mas acontece que a universidade americana e os seus “ativistas” não brincam nem deixam brincar: “Os povos americanos são reais, e brincar com a sua bruxaria pode ter efeitos sérios na luta pela descolonização, contra o domínio da supremacia ocidental.” Onde está o general Custer?

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