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Queimar livros, como Pepe Carvalho.

por FJV, em 07.03.16

Como qualquer nazi ou militante islamita a queimar livros – assim era a foto, publicada pelo Diário de Notícias, de um ‘ativista’ contra o belo livro de Henrique Raposo Alentejo Prometido (FFMS), a lançar em Lisboa. Era, explicava ele, o seu “direito à indignação”. Toca a queimar. Pepe Carvalho, o detetive dos romances de Manuel Vázquez Montalbán tinha uma atitude semelhante. Possuindo uma biblioteca vastíssima, Pepe Carvalho utilizava um combustível especial de cada vez que queria acender a lareira: recorria às suas estantes e escolhia um livro que amava. E queimava-o para pegar fogo à lenha. Não se tratava de um mau livro, pelo contrário. Por vezes, usava edições únicas, quase desaparecidas; e os seus autores faziam parte da galeria dos seus mestres – um poeta, um ensaísta, um filósofo. Descrente do mundo (cheio de imbecis) e do exibicionismo dos inteletuais, amante dos seus livros e do que eles tinham trazido à sua vida, Carvalho queimava-os para os tornar ainda mais raros. Deve ser isso que o grupo de energúmenos quis fazer, homenageando o livro de Henrique Raposo.

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